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05.07.2018

Pequenas empresas baianas geram 75% dos empregos

As micro e pequenas empresas baianas abriram 4.477 postos de trabalho durante o último mês de maio. Isso representa 75% de todas as vagas abertas durante o período. De acordo com o Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged), foi o terceiro melhor resultado do país, atrás de Minas Gerais e Espírito Santo, entre empresas de menor porte, e a maior parte desses empregos (3.161) foi criada por pequenos produtores rurais. Mas há trabalho surgindo também no comércio e nos serviços. Em alguns casos, não houve mais contratações por falta de mão de obra qualificada.

"Estamos há sete meses procurando cabeleireiros, mas falta pessoal qualificado", lamenta Gilsa de Jesus, sócia do salão SVB, que abriu em janeiro deste ano uma unidade na Barra e ainda não conseguiu completar o quadro de funcionários. O setor de beleza está entre os que ainda contratam.

O coordenador de pesquisas sociais da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Guillermo Etkin, destaca que os dados da movimentação do emprego formal do mês de maio, divulgados pelo Ministério do Trabalho, revelam que a agropecuária foi o setor que mais gerou postos de trabalho (4.368), influenciado sobretudo pela colheita do café. Por outro lado, a indústria de transformação, com o segundo maior saldo (1.363), foi impulsionada pela fabricação de açúcar em bruto.

O setor de serviços teve saldo positivo em maio, com 607 postos. E no acumulado de janeiro a maio foram 9.222 novos postos. "O setor de serviços segue tendo como fator impulsionador da geração de empregos as empresas com até quatro funcionários, sobretudo nos subsetores de vigilância, alimentação e ensino infantil", afirma Etkin. Em maio, o setor de serviços criou 1.482 vagas.

Para se ter uma ideia da importância das pequenas empresas na abertura de vagas, enquanto Salvador como um todo perdeu 1.248 postos de trabalho em maio, as empresas que têm até quatro funcionários contrataram juntas 835 pessoas durante o mês.

E em Lauro de Freitas, onde 202 vagas foram abertas nesse período, principalmente na área de serviços, 179 contratações aconteceram em empresas que tinham no máximo quatro funcionários. Ou seja, as menores empresas geraram 88% das vagas na cidade, segundo os dados do Caged divulgados esta semana.

Assim como na maioria dos estados, o grande gerador de vagas na Bahia atualmente é o agronegócio. "É a base da economia. A partir dele, os outros setores crescem", afirma Isabel Ribeiro, gerente da unidade de gestão estratégica do Sebrae Bahia.

E se o setor como um todo ajuda a mover a economia, enquanto as grandes propriedades do oeste produzem cada vez mais com novas tecnologias que dispensam o trabalho braçal, as pequenas propriedades, especialmente as que cultivam orgânicos e produzem artigos premium precisam de pessoas que garantam a qualidade da produção.

"Vamos abrir uma pequena agroindústria e devemos contratar mais duas ou três pessoas", comemora Paula Ferreira, uma produtora rural de Irecê que criou recentemente a marca Do Quintal, que vai produzir extrato de tomate e temperos a partir de hortifrutigranjeiros cultivados em sua propriedade.

Agricultora familiar, Paula começou há três anos a contratar famílias vizinhas para ajudar no cultivo de orgânicos. Certificada com selo orgânico pelo Sistema Participativo de Garantia, em que o controle é feito por produtores da região, a propriedade de Paula já vende parte da produção para o programa de merenda escolar do governo do estado do Paraná. "O que falta é a instalação de mais agroindústrias de pequeno porte para acelerar o desenvolvimento", diz Isabel Ribeiro, do Sebrae.